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domingo, 30 de outubro de 2011

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Marcelinho Carioca é sabatinado por leitores


Getúlio Salvador



Marcelinho Carioca
‘O Brasil tem outras prioridades que não estão recebendo atenção’ diz ex-jogador e diretor do América


Marcelinho Carioca é ex-jogador profissional, suplente de deputado federal e atual gerente de futebol do América. Considerado um dos maiores ídolos da história do Corinthians, ele fez a última partida como profissional em janeiro de 2010 pelo clube do Parque São Jorge. Há pouco mais um mês assumiu o cargo no time rio-pretense, onde vai cuidar do departamento de futebol por pelo menos cinco anos. Sabatinado pelo Conselho de Leitores do BOM DIA, Marcelinho falou das construções de estádios no Brasil para a Copa de 2014, da parceria com o América e da vida pessoal. A seguir, os principais trechos.


Doraci de Oliveira_ O Brasil tem sérios problemas sociais e mesmo assim está investindo bilhões na construção de estádios para a Copa. Você concorda com isso que está acontecendo?

Sem querer falar nomes ou apontar para esse ou aquele, não concordo, de forma alguma. A gente vê a saúde em um estado crítico. A Educação também vai mal, com os professores sendo mal remunerados e sem condições adequadas de trabalho. A segurança é outro problema crônico do Brasil. Concordo que o esporte receba incentivos, que o Brasil se estruture para receber a Copa, mas o país tem outras prioridades que não estão recebendo a devida atenção das autoridades. Acredito que se deva investir em educação, na formação de cidadãos, para que país seja melhor no futuro, sem descuidar, é claro, de outros problemas atuais, que comprometem a qualidade de vida do brasileiro.


Edilberto Imbernom_ Gostaria de saber o que o animou a desenvolver um projeto no América, clube que tem problemas financeiros e está sem credibilidade no momento?

Primeiro olhamos para Rio Preto, uma cidade com economia forte e com potencial de crescimento. Vim com o Dimas, dono da Petit Sachet, logo depois que conhecemos o presidente Alcides Zanirato. Sabemos da tradição do América, que tem história, torcida e um estádio maravilhoso, que precisa de reforma, assim como o nome América precisa de reforma. Já joguei aqui com 30, 40 mil pessoas no estádio e tenho a consciência de que o clube é um gigante adormecido que precisa voltar. Vamos trazer para o América um projeto inovador para transformá-lo em clube-empresa, explorando o estádio na tentativa de reerguer a instituição. Acredito que o América surgiu na hora certa. Tem um presidente inteligente que quer levar o clube de volta à elite do futebol de São Paulo, lugar que o América deve ocupar. As coisas estão se encaixando e dando certo, o que nos incentiva a continuar trabalhando em prol do clube.


Davi Augusto Leme_ Quero saber qual seu objetivo aqui em Rio Preto em relação aos jovens, no sentido de tirá-los da rua e aproximá-los do futebol.

Objetivo em relação aos jovens nós temos, e são muitos. Eu atuei no Terceiro Setor de Responsabilidade Social e vejo o esporte como meio de inclusão social e empreendedorismo. Vamos tentar, com o apoio de empresas e da prefeitura, desenvolver um trabalho nesse sentido, mas tudo ligado com o América. Quem sabe esse trabalho social forme um grande jogador, não apenas de futebol, mas de vôlei, basquete. Teremos uma Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil. Seria muito legal ver um menino da cidade, de repente, representando o Brasil em uma dessas competições.


Gilberto Scandiuzzi_ Gostaria de deixar um pouco de lado o futebol e que você desse enfoque aos vários Marcelinhos que existem em sua vida.

Eu sou do povo, gosto de atuar com pessoas. Minha história de vida é a de um menino que batalhou, lutou muito. Sou filho de um gari e de uma mãe do lar, infelizmente não tenho mais minha mãe. Cresci andando pelas praias do Rio de Janeiro vendendo picolé, refrigerante e salgado para ter um dinheiro para poder treinar e ajudar construir um quartinho, colocar um piso. Base familiar eu tive e entendo que a cultura seja um bem precioso. Sou formado em técnico em mecânica na Escola Federal do Rio de Janeiro, cursei educação física e comunicação. Hoje tenho várias participações em televisão, mas meu canal sempre foi mesmo o esporte, o futebol.


Jonatan Fantim Jardim_ Todo ex-jogador vira técnico ou empresário em outro segmento. Gostaria de saber se você pretende ser técnico?

Eu não penso em ser treinador, pelo menos não nesse momento da minha vida. Já tenho meu trabalho no futebol além de outras atividades em outros segmentos, como no político. Aliás, é importante dizer que eu não sou da política, e sim, estou na política.


Erina Ferreira_ Você é corintiano de verdade?

Lógico. Lógico que sim. É minha segunda pele. Sempre torci para o Corinthians, e espero mesmo que ele ganhe a Libertadores. Mas hoje estou no América, minhas cores são o vermelho e o branco, e se os dois clubes se enfrentarem, que é o que espero que aconteça, vou torcer pelo América. Isso é profissionalismo. Em uma final torceria para o America. Mas foi lá que vivi uma história maravilhosa. Voltei ao Pacaembu para jogar contra o Corinthians e me emocionei com a demonstração do carinho que a torcida tem por mim. E tudo isso não pode ser esquecido.


Cleuza Idalgo_ Qual o caminho para guiar tantas crianças com potencial para praticar o futebol?

Uma das formas de encaminhar os garotos é o trabalho social que pode ser feito pelas empresas e pela prefeitura. Existem muitos projetos de incentivo, que particularmente gosto muito. Não significa que participar de um projeto desses vá transformar o garoto em um jogador profissional, mas com certeza vai ajudar no crescimento pessoal. Esporte é sinônimo de disciplina, de integração. Um trabalho desses aliado a uma educação de qualidade traz uma série de benefícios à sociedade.


José Carlos Sé_ É verdade que o Lucas, do São Paulo, foi formado na sua escolinha de futebol?

É verdade. Ele fazia parte da EBM, Escolinha de Bola do Marcelinho. Se destacou muito cedo e tentei colocá-lo no Corinthians. Mas o clube não entendeu que ele pudesse vir a ser um grande jogador. Até alegaram que era muito pequeno, franzino. Moral da história: o São Paulo acreditou nele e hoje tem nas mãos um jogador que vale US$ 43 milhões. Fico muito feliz pela história dele, tanto profissional quanto pessoal. É a famosa trajetória de jogadores de futebol, que concorreu com todas as dificuldades e venceu pelo talento que trouxe do berço.



Fonte: Jornal Bom Dia
 
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